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As universidades e o regime militar. Cultura política brasileira e modernização autoritária
Autor: Rodrigo Patto Sá Motta
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2014 |
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A ditadura brasileira, instaurada com o golpe de 1964, prendeu,
torturou e matou em nome do combate ao comunismo não apenas
integrantes de partidos e organizações de esquerda, mas
também intelectuais que se supunham responsáveis pela formação
e difusão de ideias esquerdizantes. Nessa categoria estão
centenas de professores universitários de todo o país, expurgados
de suas funções e por vezes impedidos de trabalhar.
Por outro lado, com o intuito de investir na formação local de
mão de obra e em pesquisa autônoma, os governos militares
empreenderam impulso modernizante das instituições de ensino
superior, adaptando-as ao modelo americano: organização
departamental, professores em regime de trabalho de tempo integral,
investimento em cursos de pós-graduação, ciclos básicos
por áreas de saber, entre outras medidas.
Com seis anos de pesquisa em arquivos brasileiros e americanos
e cerca de cinquenta entrevistas, Rodrigo Patto Sá Motta investiga
em detalhes esse processo paradoxal e contraditório de modernização
autoritária (ou modernização conservadora). Acompanha
os expurgos do corpo docente (e discente) de 1964 até a
década de 1980, com o movimento de abertura política.
Examina ainda as diversas universidades brasileiras, analisando
os casos de perseguição, expulsão, adesão, colaboração etc., e
também a formação do aparato repressivo interno às instituições
universitárias, as Assessorias de Segurança e Informação
(ASIs).
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